sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O governo ajuda... mas ajuda quem?

Estava vendo algumas capas da Revista Época e percebi que desde setembro de 2008 a crise financeira mundial já era um fato muito comentado. Em uma destas capas falava-se até do final dela, com a chamada: "O Pior Já Passou?". A reportagem da revista nos levava a entender o que gerou essa crise, que é a maior desde a década de 30, e como fazer para sair dela.

Para salvar a economia, um dos setores que o governo interviu fortemente foi o automobilístico. Apesar de demonstrar muita fragilidade , foi um dos setores que apresentou maior crescimento nos três primeiros trimestres de 2008.

Mesmo com a redução do IPI, medida imposta pelo governo para alavancar a venda de automóveis, houve um número elevado de demissões e licenças impostas aos funcionários de grandes montadoras, como alternativa para reverter a redução acentuada dos lucros.

Entretanto, pelo cenário visto no início do ano de 2009, nota-se que foi uma medida precipitada. Os consumidores saíram às compras e, quando chegavam nas concessionárias, ouviam dos vendedores que não tinham carros a pronta entrega, e mais, que demoraria pelo menos 45 dias para terem seus sonhados carros zero nas mãos.

Olhando agora o outro lado, imaginem como está a linha de produção destas montadoras. O quadro de funcionários reduzido e sem perspectiva de novas contratações, ainda com receio de um crescimento da crise, e um volume alto da produção. E mais preocupante ainda, o esforço que esses operários estão fazendo para manter seus empregos. Com uma venda maior e um número de funcionários menor a pressão sobre esses profissionais cresce fortemente, com imposições de horas extras e jornadas nos finais de semana.

O governo ajudou e a venda cresceu, mas e esses funcionários, tanto os que foram demitidos como esses sobrecarregados? Será que serão beneficiados com a ajuda do governo? Hoje mesmo pela manhã ouvi do Sr.Irineu Toledo que a Renault vai chamar os funcionários que estavam afastados. Uma notícia animadora. Vamos torcer agora para que as outras montadoras tomem a mesma medida.

Nenhum comentário: